09/07/18

Ao infinito e além!


Os de Ndangwini nunca param.
Meu avô Dante dizia que é preciso ter sonhos ambiciosos para poder cumprir pequenos passos; que para realizar pequenos factos, é necessário sonhar em grande. Na Casa Ndangwini os sonho estão nas gavetas, em baixo das esteiras, fervem nas panelas, correm entre as mãos e, sobretudo, resultam dos pensamentos das pessoas. São sonhos grandes, abrangentes e estrondosos. A coisa boa é que na Ndangwini tentamos transformar os sonhos em factos, em pequenos gestos, em emoções e perspectivas partilhadas.
O sonho que quero contar hoje é o da Associação Ndangwini.
Trata-se de um sonho que está na gaveta e nas mãos há muito tempo: quando cheguei aqui há três anos já se ouvia falar disso – mas, outra sugestão do avô Dante tem a ver com a palavra “ponderar”, ou seja, refletir antes de tomar parte e agir. Pensar, fazer e depois voltar a pensar naquilo que foi feito, para agir de novo com mais consciência (quem dizia isso era Paulo Freire, não sei se foi meu avô Dante a lhe sugerir). 
Então – estava a dizer – veio-nos à mente esse pensamento de querer fundar uma associação que trabalhe mais a nível comunitário, envolvendo o bairro: uma associação com fins socioeducativos dedicada á comunidade de Magoanine B. Segundo a lei moçambicana, para abrir uma associação é preciso ter 10 sócios fundadores e uma sede. A sede já a temos, ou seja Casa Ndangwini, que além de ser uma sede é um porto de desembarques e partidas de ideias e ações pedagógicas.
Para encontrar os sócios demoramos um pouco, porque não queríamos pessoas qualquer que só viessem por a assinatura deles, mas sim pessoas capazes e disponíveis a se comprometer. Começamos com 13 sócios e 43 propostas.
Primeiro, analisamos a situação atual do bairro, individuando os pontos de luzes e as exigências; a partir disso, nos focamos nos objetivos da associação e nas ações uteis e concretas que possam ser realizadas por nós.
As palavras chaves surgidas são: apoio moral, juntar a comunidade, mobilização, teatro, desporto, sensibilizar, dar informações reais, formar ativistas, cultura.
Já entregamos ao Ministério a papelada burocrática, agora só podemos esperar a aprovação legal para poder proceder de verdade e na realidade. Contamos de poder dar informações mais detalhadas bem cedo.
Sinto-me muito animada, e os sonhos também. Tenho que dizer ao avô Dante que sim, é verdade que sonhar grande é importante, mas que também é importante ter sonhos que possam caminhar com as próprias pernas.
Obrigada a todos os que escolheram e escolherão de correr conosco.

Verso l’infinito e oltre


Quelli di Ndangwini non si fermano mai.
Mio nonno Dante diceva che bisogna avere sogni ambiziosi per poter compiere piccoli passi, che per realizzare anche le più piccole cose è necessario sognare in grande. A Casa Ndangwini i sogni stanno nei cassetti, sotto le stuoie, bollono in pentola, scorrono tra le mani e, soprattutto, scaturiscono dai pensieri delle persone. Sono sogni grandi, coinvolgenti e travolgenti. La cosa bella è che a Ndangwini cerchiamo di trasformare i sogni in fatti, in piccoli gesti, in emozioni e prospettive condivise.
Il sogno che voglio raccontare oggi è quello dell’Associazione Ndangwini.
Credo si tratti di un sogno che sta nel cassetto e per le mani già da un bel po’ di tempo, perché quando sono arrivata qui 3 anni fa già me ne parlavano – ma, un altro insegnamento del nonno Dante riguarda la parola ponderare, cioè osservare per prendere parte e poi agire. Pensare, fare e poi tornare a pensare su ciò che si è fatto, per agire di nuovo con maggiore consapevolezza (ma questo era Paulo Freire che lo diceva, non so se sia stato mio nonno Dante a suggerirglielo).
Allora dicevo, ci è partito in testa questo pensiero di volere fondare un’associazione che lavori a livello comunitario, coinvolgendo maggiormente il quartiere: un’associazione con scopi socio-educativi rivolti alla comunità di Magoanine B. Secondo la legge mozambicana per aprire un’associazione sono necessari 10 soci fondatori e una sede. La sede ce l’abbiamo, cioè Casa Ndangwini, che oltre a una sede è un porto di sbarchi e partenze di idee e azioni pedagogiche.
Per racimolare i soci ci abbiamo messo un po’, perché non volevamo gente qualunque che solo mettesse una firma, ma persone capaci e disponibili a impegnarsi. Abbiamo cominciato con 13 soci e 43 proposte.
Prima abbiamo messo a fuoco la situazione attuale del quartiere, individuando i punti di luce e le esigenze della gente. Poi ci siamo concentrati sugli obiettivi dellassociazione e sulle azioni utili, concrete e a portata di mano, nel senso di azioni che possano essere realizzabili da noi.
Le parole chiave emerse sono: appoggio morale, unire la comunità, mobilitazione, teatro, sport, sensibilizzare, dare informazioni reali, formare attivisti, interazione, cultura.
Le scartoffie burocratiche le abbiamo già consegnate al ministero, ora non ci resta che aspettare l’approvazione legale per poter procedere veramente e realmente. Presto vi faremo sapere nel dettaglio.
Io non sto nella pelle, e i nostri sogni pure. Devo dire al nonno Dante che sì, è vero che sognare in grande è importante, ma altrettanto importante è avere dei sogni che possano camminare con le proprie gambe.
Grazie a tutti quelli che hanno scelto e sceglieranno di correre con noi.

Projecto Setem: sempre em caminho

É certamente o projecto com o qual a Casa Ndangwini tem uma enorme dívida de gratidão. Basta pensar no facto de que, mesmo que o projecto te...